segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Soneto de Natal - Machado de Assis


Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"


Texto extraído do livro "
Poesias Completas - Ocidentais", 1901, pág. s/nº.

Foto:mãos da Anna...e menino Jesus... tirada hoje - 21/12

domingo, 13 de dezembro de 2009

Eu que fiz... rs... almoço de domingo... ui rs



Strogonoff de Frango

RECEITA:

1 kg de peito de frango cortado em cubos
2 cebolas grandes raladas
2 colheres(sopa)de margarina
noz moscada à gosto
1 tablete e 1/2 de caldo de galinha
óleo
2 caixas de creme de leite
3 colheres (sopa) de katchup
1 colher de sopa de mostarda
sal se precisar
150g de cogumelos cortados

M.F.

Numa panela esquentar um fio de óleo e colocar o frango;deixar cozinhando tampado. Em uma outra panela colocar a margarina deixar derreter em seguida fritar a cebola e
em seguida colocar no frango. Colocar o caldo de galinha, noz moscada e deixar cozinhando na própria água criada pelo frango.
Quando o frango estiver cozido e a água diminuido colocar o ketchup, a mostarda e os cogumelos misturando tudo, em seguida despejar o creme de leite deixando ferver por alguns segundos.

sábado, 12 de dezembro de 2009

.....


Foto tirada (cel) hoje - 12/12 - perto de casa


"Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira."

Cecília Meireles

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Rio Tiête... Rio verdadeiro... (São Paulo)


http://juventudefugitiva.files.wordpress.com/2009/02/img_0352.jpg

Rio Tiête...
Recordo-me ainda, nos meus tempos de aluna de cursinho pré-vestibular, quando um professor, já nem lembro quem era ele, só consigo me lembrar de suas palavras... Falava ele sobre a morte do Rio Tiête... poluição...recuperação... Bem, me chamou a atenção ele dizer que a recuperação de um rio levava em média 30 anos, nossa pensei, trinta 30 anos é muito tempo.
Tiête em tupi-guarani significa: rio muito bom, rio verdadeiro.
Trinta anos se passaram...
Eu? Estou aqui... amadureci...
O Rio Tiête? Continua lá... poluído e fétido...
Mas, tenho conhecimento de vários projetos de recuperação e quantos milhões investidos... mas o "rio verdadeiro"... continua lá... sujo e abandonado...

pesquisa da palavra de origem indígena: http://www.girafamania.com.br/girafas/lingua_guarani.html

Tenha certeza....

sábado, 5 de dezembro de 2009

A GENTE SE ACOSTUMA... Rubem Alves

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.