Um pouco de tudo... Experiências, indagações, poesias, receitas, trabalho, leituras...
terça-feira, 21 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
O PARADOXO DO NOSSO TEMPO
Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos...
Temos auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos...
Gastamos mais, mas temos menos...
Compramos mais, mas desfrutamos menos...
Temos casas maiores e famílias menores...
Temos mais conhecimento e menos poder de julgamento...
Temos mais medicina e menos saúde...
Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente...
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores...
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com freqüência...
Aprendemos a ganhar a vida, mas não vivemos essa vida...
Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores...
Limpamos o ar, mas poluímos a alma...
Escrevemos mais, mas aprendemos menos...
Planejamos mais, mas realizamos menos...
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência...
Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral...
Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade...
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta...
De homens altos e caráter baixo...
De lucros expressivos mas relacionamentos rasos...
Mais lazer, mas menos diversão..Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição...
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílulas que fazem tudo: alegrar, aquietar, matar...
Desconheço o autor, quem souber por gentileza me avisa!
Temos auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos...
Gastamos mais, mas temos menos...
Compramos mais, mas desfrutamos menos...
Temos casas maiores e famílias menores...
Temos mais conhecimento e menos poder de julgamento...
Temos mais medicina e menos saúde...
Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente...
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...
Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores...
Falamos demais, amamos raramente e odiamos com freqüência...
Aprendemos a ganhar a vida, mas não vivemos essa vida...
Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores...
Limpamos o ar, mas poluímos a alma...
Escrevemos mais, mas aprendemos menos...
Planejamos mais, mas realizamos menos...
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência...
Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral...
Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade...
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta...
De homens altos e caráter baixo...
De lucros expressivos mas relacionamentos rasos...
Mais lazer, mas menos diversão..Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição...
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílulas que fazem tudo: alegrar, aquietar, matar...
Desconheço o autor, quem souber por gentileza me avisa!
sexta-feira, 10 de abril de 2009
SANDÁLIAS
Sabe aquela sandália linda, que você desejou tanto e num impulso de consumo desenfreado, comprou?
Ah! O sonho de consumo daquele dia...
– Eu quero!
E ainda confiante na atitude rápida disse:
– De repente aparece uma festinha de última hora sabe né, só por prevenção...
Que salto, que cor, perfeita.
E ela, a sandália, está lá, linda e intocada na prateleira do armário, lá em cima e você certa de que arranjou o melhor lugar, ventilado...
Agora é só esperar aquela festa maravilhosa que ainda, talvez, quem sabe...
Acontecerá?
Use-a tão logo puder...
Ou, quem sabe, envergonhe-se...
Ah! O sonho de consumo daquele dia...
– Eu quero!
E ainda confiante na atitude rápida disse:
– De repente aparece uma festinha de última hora sabe né, só por prevenção...
Que salto, que cor, perfeita.
E ela, a sandália, está lá, linda e intocada na prateleira do armário, lá em cima e você certa de que arranjou o melhor lugar, ventilado...
Agora é só esperar aquela festa maravilhosa que ainda, talvez, quem sabe...
Acontecerá?
Use-a tão logo puder...
Ou, quem sabe, envergonhe-se...
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Endereço: Porta nº XX
Essa fotografia "tomei" emprestada do blog do manel.
é um blog maravilhoso.
Não resisti, Manuel Ribeiro.
E... curiosa, procurei quem seria o poeta de tamanha sensibilidade e esperteza, suave e delicado...incisivo!!!
Eis que me deparei com, simplesmente...
Pablo Neruda -Prêmio Nobel de Literatura...
POEMA XIV - 20 POEMAS DE AMOR
Brincas todos os dias com a luz do universo.
Subtil visitadora, chegas na flor e na água.
És mais do que a pequena cabeça branca que aperto
Como um cacho entre as mãos todos os dias.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Deixa-me estender-te entre grinaldas amarelas.
Quem escreve o teu nome com letras de fumo entre as estrelas do sul?
Ah deixa-me lembrar como eras então, quando ainda existias.
Subitamente o vento uiva e bate à janela fechada.
Subitamente o vento uiva e bate à janela fechada.
O céu é uma rede coalhada de peixes sombrios.
Aqui vêm soprar todos os ventos, todos.
Aqui despe-se a chuva.
Passam fugindo os pássaros.
Passam fugindo os pássaros.
O vento.
O vento.
Eu só posso lutar contra a força dos homens.
O temporal amontoa folhas escuras
E solta todos os barcos que esta noite amarraram o céu.
Tu estás aqui.
Tu estás aqui.
Ah tu não foges.
Tu responder-me-ás até ao último grito.
Enrola-te a meu lado como se tivesses medo.
Porém mais que uma vez correu uma sombra estranha pelos teus olhos.
Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
E tens até seios perfumados.
Enquanto o vento triste galopa matando borboletas
Eu amo-te, e a minha alegria morde a tua boca de ameixa.
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
À minha alma selvagem e só, ao meu nome que todos escorraçam.
Vimos arder tantas vezes a estrela-d’alva beijando-nos os olhos
E sobre as nossas cabeças destorceram-se os crepúsculos em leques Rodopiantes.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do universo.
Vim trazer-te das montanhas flores alegres «copihues»,Avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras.
Brincas todos os dias com a luz do universo.
Subtil visitadora, chegas na flor e na água.
És mais do que a pequena cabeça branca que aperto
Como um cacho entre as mãos todos os dias.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Deixa-me estender-te entre grinaldas amarelas.
Quem escreve o teu nome com letras de fumo entre as estrelasdo sul?
Ah deixa-me lembrar como eras então, quando ainda existias.
Subitamente o vento uiva e bate à janela fechada.
Subitamente o vento uiva e bate à janela fechada.
O céu é uma rede coalhada de peixes sombrios.
Aqui vêm soprar todos os ventos, todos.
Aqui despe-se a chuva.
Passam fugindo os pássaros.
Passam fugindo os pássaros.
O vento. O vento.
Eu só posso lutar contra a força dos homens.
O temporal amontoa folhas escuras
E solta todos os barcos que esta noite amarraram o céu.
Tu estás aqui.
Tu estás aqui.
Ah tu não foges.
Tu responder-me-ás até ao último grito.
Enrola-te a meu lado como se tivesses medo.
Porém mais que uma vez correu uma sombra estranha pelos teus olhos.
Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
E tens até seios perfumados.
Enquanto o vento triste galopa matando borboletas
Eu amo-te, e a minha alegria morde a tua boca de ameixa.
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
À minha alma selvagem e só, ao meu nome que todos escorraçam.
Vimos arder tantas vezes a estrela-d’alva beijando-nos os olhos
E sobre as nossas cabeças destorceram-se os crepúsculos em lequesRodopiantes.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do universo.
Vim trazer-te das montanhas flores alegres «copihues»,
Avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras...
Quero fazer contigo o que a primavera faz com as cerejeiras...
PABLO NERUDA
Eu ...
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
FLORBELA ESPANCA
terça-feira, 7 de abril de 2009
É ela! A Lua entre as luzes da cidade...
Soneto da Lua
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
VINÍCIUS DE MORAIS
segunda-feira, 6 de abril de 2009
"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."
FERNANDO PESSOA
FERNANDO PESSOA
ESTAÇÃO DA LUZ - SÃO PAULO
MÚSICA: Encontros e despedidas - Milton nascimento
http://www.youtube.com/watch?v=cmz6FO0hQFY
MÚSICA: Encontros e despedidas - Milton nascimento
http://www.youtube.com/watch?v=cmz6FO0hQFY
"A MENINA E O PÁSSARO ENCANTADO" RUBEM ALVES
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como o seu melhor amigo.Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão...“– Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que eu vi, como presente para você...”E assim ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.“– Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as histórias.A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.Mas chegava sempre uma hora de tristeza.“– Tenho de ir”, ele dizia.“ – Por favor, não vá. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar...” E a menina fazia um beicinho...“ – Eu também terei saudades”, dizia o pássaro. “- Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: as plantas precisam de água, nós precisamos de ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade.É aquela tristeza na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E você deixará de me amar.”Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada:“ – Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudade. E ficarei feliz...”Com esses pensamentos comprou uma gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso em suas novas cores, com histórias diferentes para contar.Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido do pássaro...“ – Ah! Menina... Que é que você fez?Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias... Sem a saudade o amor irá embora...”A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar.Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis da penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.Também a menina se entristeceu. Não aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...Até que não mais aguentou. Abriu a porta da gaiola.“ – Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser...”“ – Obrigado, menina. É, eu tenho de partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe,na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudade eu ficarei mais bonito.Sempre que eu ficar com saudade, você ficará mais bonita. E se enfeitará, para me esperar...”E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava, a saudade crescia.“ – Que bom”, ela pensava. “ – Meu pássaro está ficando encantado de novo...”E ela ia ao guarda roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra...“ – Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...”Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar, Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro secreto que se ama...E foi assim que ela, cada noite ia para cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento:“ – Quem sabe ele voltará amanhã...”E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro...
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como o seu melhor amigo.Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades...Suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão...“– Menina, eu venho de montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que eu vi, como presente para você...”E assim ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.Outra vez voltou vermelho como fogo, penacho dourado na cabeça.“– Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. Minhas penas ficaram como aquele sol e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes. E de novo começavam as histórias.A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.Mas chegava sempre uma hora de tristeza.“– Tenho de ir”, ele dizia.“ – Por favor, não vá. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar...” E a menina fazia um beicinho...“ – Eu também terei saudades”, dizia o pássaro. “- Eu também vou chorar. Mas eu vou lhe contar um segredo: as plantas precisam de água, nós precisamos de ar, os peixes precisam dos rios... E o meu encanto precisa da saudade.É aquela tristeza na espera da volta, que faz com que minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E você deixará de me amar.”Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava de tristeza à noite, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa destas noites que ela teve uma idéia malvada:“ – Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudade. E ficarei feliz...”Com esses pensamentos comprou uma gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Finalmente ele chegou, maravilhoso em suas novas cores, com histórias diferentes para contar.Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz. Foi acordar de madrugada, com um gemido do pássaro...“ – Ah! Menina... Que é que você fez?Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias... Sem a saudade o amor irá embora...”A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar.Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ia ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis da penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.Também a menina se entristeceu. Não aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo...Até que não mais aguentou. Abriu a porta da gaiola.“ – Pode ir, pássaro. Volte quando você quiser...”“ – Obrigado, menina. É, eu tenho de partir. É preciso partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe,na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro da gente. Sempre que você ficar com saudade eu ficarei mais bonito.Sempre que eu ficar com saudade, você ficará mais bonita. E se enfeitará, para me esperar...”E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava, a saudade crescia.“ – Que bom”, ela pensava. “ – Meu pássaro está ficando encantado de novo...”E ela ia ao guarda roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra...“ – Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje...”Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque em algum lugar ele deveria estar voando. De algum lugar ele haveria de voltar, Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro secreto que se ama...E foi assim que ela, cada noite ia para cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento:“ – Quem sabe ele voltará amanhã...”E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro...
Para quem quiser ver mais sobre nosso trabalho, há 2 vídeos circulando no youtube: vale a pena dar uma conferida :http://www.youtube.com/watch?v=DDJpbTSk83Mhttp://www.youtube.com/watch?v=bAGImnPevIw
Participo de um grupo de contadoras de histórias.
Cia Encantadoras de Contos"
http://ciaencantadorasdecontos.blogspot.com/
Cia Encantadoras de Contos"
http://ciaencantadorasdecontos.blogspot.com/
Se quiserem ver fotos do meu trabalho, da minha família...da minha vida... é só entrar no meu Orkut. O endereço do meu perfil é:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=10346886904048573924&rl=t
SEja bem vindo!
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=10346886904048573924&rl=t
SEja bem vindo!
ALGUMAS DE NASRUDIN...
Memória fraca
Por andar com a memória fraca, resolvi procurar um psiquiatra:
- Meu problema doutor, é que não consigo me lembrar de nada.
- Quando isso começou? – Perguntou o médico.
- Isso o quê? – Respondi...
Burro perdido
Alguém veio me avisar que meu burro desaparecera. E a pessoa surpreendeu-se com minha resposta:
- Graças a Deus que eu não o estava montando, caso contrário, eu também teria desaparecido.
Meus amigos
Fui promovido ao cargo de juiz do reino.
Minha casa ferve de visitantes. Meu vizinho admirou-se de tamanha movimentação e disse:
- Nasrudin, que bom você ter tantos amigos!
- Por enquanto não posso dizer se são meus amigos ou não. Só saberei quando não for mais juiz.
Sono perdido
Já era meia-noite, eu vagava pelas ruas, quando um guarda, cruzando meu caminho, perguntou:
- Que anda fazendo por aí a esta hora da noite, Nasrudin?
- Perdi o sono e estou procurando por ele...
Memória fraca
Por andar com a memória fraca, resolvi procurar um psiquiatra:
- Meu problema doutor, é que não consigo me lembrar de nada.
- Quando isso começou? – Perguntou o médico.
- Isso o quê? – Respondi...
Burro perdido
Alguém veio me avisar que meu burro desaparecera. E a pessoa surpreendeu-se com minha resposta:
- Graças a Deus que eu não o estava montando, caso contrário, eu também teria desaparecido.
Meus amigos
Fui promovido ao cargo de juiz do reino.
Minha casa ferve de visitantes. Meu vizinho admirou-se de tamanha movimentação e disse:
- Nasrudin, que bom você ter tantos amigos!
- Por enquanto não posso dizer se são meus amigos ou não. Só saberei quando não for mais juiz.
Sono perdido
Já era meia-noite, eu vagava pelas ruas, quando um guarda, cruzando meu caminho, perguntou:
- Que anda fazendo por aí a esta hora da noite, Nasrudin?
- Perdi o sono e estou procurando por ele...
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